quinta-feira, 18 de dezembro de 2008

Retrospectiva


E então, 2008 foi como um sonho bom. Melhor dizendo, foi um ano em todos os pedidos feitos na virada do ano se realizaram. E isso não é bom? Se essa é a hora de fazer retrospectivas, segue então, a minha, que vem cheia de sorrisos e boas vibrações.

Neste ano me formei, distribuí meus santinhos que, na primeira frase diziam: Enfim, Relações Públicas! Um clichezinho que só quer dizer o quanto é bom e prazeroso concluir algo tão importante e, como é bom, a cada dia, se sentir como gente grande, muito maior do que meu 1,60m!

Enquanto acertava os preparativos da formatura, papai deu um gás em outra grande etapa, aquela que motivou a criação deste blog, a viagem à Inglaterra e à saudosa Bournemouth.

É claro que eu estava morrendo de medo, estava angustiada, afinal o desconhecido parecia o monstro do armário, o bicho papão que ia me deixar durante longos seis meses fora de casa, longe dos vários pedacinhos de mim, minha família, queridos amigos... meu quarto estava sob ameaça de ser alugado para um ilustre desconhecido, promessa que foi feita pelas minhas melhores amigas com apoio da mamãe. Não seria fácil!

No começo não foi mesmo, mas o bicho papão foi sumindo, acho que ficou com medo de mim.

Fiz o que queria fazer. Visitei lugares que estavam muito distantes na minha imaginação e todas as vezes que eu pisava em um país diferente e me deparava com minhas aulas de história ou filmes ficava embasbacada e, muitas vezes sem palavras. Eu chorei ao pé da Torre Eiffel, observei cada pedacinho do Coliseu pra não esquecer mais, andei em um Campo de Concentração. Chorei de emoção, de medo, de amor, de raiva, de ciúme e de solidão. Virei patriota, disse que o Brasil é lindo e que eu amo a Amazônia mesmo sem ter chegado nem perto de lá. Senti saudade e, ai que saudade... Agora faço planos, quero muito mais. Quero viajar, porque o mundo é muito maior, ainda há muito o que ser visto.

Hoje tenho amigos, literalmente, do outro lado do mundo e pouco me importa se voltarei a vê-los um dia, o que nós vivemos juntos foi emoção para uma vida, um curso intensivo de cultura e respeito pelas diferenças. Não vou ser hipócrita a ponto de dizer que todas as relações eram bacanas, mas muitos estereótipos foram quebrados. Nem todo inglês é frio, nem toda muçulmana usa burca, os asiáticos não são todos iguais, turco é mão de vaca e por aí vai... e, não importa a nacionalidade, todos são seres humanos com inúmeras qualidades e fraquezas.

Só posso dizer que valeu a pena me arriscar, valeu porque hoje tenho muito mais, porque sei quem está comigo de verdade, aliás, as pessoas foram as melhores descobertas. Resta-me, então, agradecer aos personagens principais dessa minha história:

Mamãezinha e papai, por que foram eles que me deram asas, ou melhor, deram corda, porque eu estava lá mas era só eu dar uma puxadinha que parecia que eles estavam ao meu lado. À Lu e a Gugu porque sempre mandavam e-mails ou conversavam comigo no MSN, querendo novidades, mandando mensagens carinhosas. Tella porque me lembrou do tanto que essa (prima) amizade é especial. Tia Biça, por que continuou fofocando comigo, mesmo pela net e Juju por que me xigava quando eu não conversava com ela. Às minhas maridas, Preta e Mandinha, que não sumiram jamais, discutiam a nossa relação e alugaram o meu quarto ao final de tudo. Bunita, que casou e me convidou! Pri, que não deixou de visitar o blog e comentar! Por fim, Tio Xande, Bad, Theus, Fael que me divertiam sempre que tínhamos um tempinho para conversar.

A todos, um feliz ano novo, que os desejos se realizem!

Bjinhus e até!

quinta-feira, 11 de setembro de 2008

Aula de História em Berlin


Tínhamos quatro dias na Alemanha, dois para Berlin e dois pra Munique. O preço do trem para Munique nos fez mudar os planos quase que imediatamente, estava praticamente o dobro do esperado (que já não era muito barato).

Ficamos então em Berlin, à primeira vista, a cidade pode ser um pouco decepcionante, pricipalmente se você faz a sua primeira visita no lado oeste da cidade e fica hospedado num hostel estranho e mal localizado. E por falar em hostel, ainda não contei como é que eles funcionam, os famosos albergues.

Primeiro se pesquisa, no Google mesmo, um site com todos os hostels da cidade. Nesse site escolhemos, dentre muitas opções, aquele que mais convir de acordo com a avaliação de hóspedes anteriores. Geralmente se olha o nível de aprovação da limpeza, funcionários e, principalmente, localização. Se estiver acompanhado de uma descrição do tipo “no centro da cidade” ou “há cinco minutos caminhando da estação X”, fechou, é esse mesmo. Às vezes da certo.

Nosso querido albergue era um muquifo, dividíamos o quarto, o banheiro e a cozinha, sem contar com a falta de simpatia do gerente, mas tudo bem, era só por uma noite. Com a mudança de planos, fomos obrigadas a buscar outra acomodação para as duas outras noites e planejar mas três dias em Berlin mesmo. O que poderia ser uma dor de cabeça, acabou sendo uma grata surpresa.

Primeiro descobrimos que a Guest House que agendamos no Centro de Informações Turísticas era, na verdade, uma espécie diferente de hotel. De dois donos gays, um deles brasileiro, a casa tinha uma decoração de deixar qualquer biba beje. Começando pelo quarto enorme, com uma cama de casal redonda e uma de solteiro, ambas com lençois brancos e almofadas de veludo vermelho. O lustre era daqueles que parecem feitos de umas gotinhas de vidro e o armário também muito bonito, continha dois roupões e um mini-bar com vários tipos de bebida. Isso, sem contar com a bandeija com um vinho, duas taças e uns petiscos. Perfeito para uma noite bem romântica... unf.. Tirei várias fotos, dêem uma olhadinha no Picasa.

Finalmente, o que é Berlin se não a história viva da Segunda Gerra Mundial, a consequencia do horror que foi o Nazismo? Berlin é a Europa sem arquitetura antiga e sem o charme que ela emana. Sem isso, o que é que se protege nessa cidade, o que se vê? A memória.

Lá vemos memoriais ao sofrimento, à barbaridade que foram os anos da ditadura nazista. Memoriais ao Holocausto, aos presos políticos, aos judeus... O memorial ao Holocausto consiste em mais de dois mil blocos de concreto cinzas, paralelos e com alturas que aumentam e diminuem gradualmente, numa forma não definida. O que ele representa é exatamente o que você quiser que ele represente, nem mesmo os responsáveis dizem, é de livre interpretação. No entanto, basta andar por entre os blocos para ter a sensação de que tudo é inesperado, as pessoas que também circulam por ali passam lá e cá como flashes em um filme de suspense. Em cada espaço entre um bloco e outro se encontra cenas diferentes, um menino sentado, alguém andando na mesma direção que você, outras vindo em sua direção e, tudo o que se quer, é chegar ao outro lado o mais rápido possível.

No segundo dia, com a mudança de planos, acabamos indo para Potsdam, uma cidade próxima a Berlin e que teve muito mais sorte com relação à manutenção dos prédios e demais construções anteriores à guerra. A maior parte do dia passamos em um parque, onde a cada quilometro andado no meio do mato, encontrávamos um palácio, uma igreja ou um “sei lá o que”* em estilo romano, um lugar mais lindo que outro.

O próximo dia foi para enxergar com os próprios olhos o que a professora de história contou, um campo de concentração. Neste dia tivemos um guia que nos explicou com detalhes todo o horror vivido não só por judeus, mas por todas as pessoas consideradas impuras ou perigosas para o nazismo e, os detalhes foram tantos, que não me senti fazendo turismo, de alguma forma senti que devia respeitar aquele lugar como quando se entra em uma igreja ou um local sagrado. Não tem muita graça caminhar em um lugar onde anos antes pessoas não eram consideradas seres humanos, eram torturadas das piores formas possíveis e viviam vinte e quatro horam por dia com medo e a certeza de que havia uma arma que as alcançava em todo o campo. E mesmo os que, no final de tudo, se libertaram, não tiveram a vida de antes, estavam loucos ou sozinhos, pois o regime havia liquidado toda a sua família, amigos e casas.

No último dia, no lado leste de Berlin, vimos mais coisas bonitas ou, mais prédios que sobreviveram à guerra. Ao mesmo tempo, entendemos com mais clareza a presença da modernidade. Tudo foi destruído e a cidade vem sendo, ainda hoje, reconstruída por causa da guerra. Era muito comum, principalmente quando estávamos sem um guia, caminharmos horas para encontrar algum monumento, um palácio importante e nos depararmos com uma construção literalmente embrulhada e em reforma, até mesmo ruínas estavam em reforma.

Neste dia, claro, fomos ao que resta do Muro de Berlin. E, ver o muro foi como ver a Monalisa, uma decepção. Na minha cabeça, para separar o país em dois, no mínimo ele devia ser do tamanho da Muralha da China**, mas que nada, tem muito muro mais alto e mais espesso que ele em BH.

No fim de toda aula de história, passamos uma ótima noite dormindo como sem-teto no aeroporto.


Agora, em uma semana e dois dias estou aí! Mas antes eu vou pra Itália belos!!!!

Até mais ver..

Bjinhus

*O “sei lá o que” não foi falta de atenção ao que eu estava visitando, mas em alguns lugares não haviam informações em inglês.
**Exagero sim, mas onde está o seu senso de humor?

domingo, 24 de agosto de 2008

Amsterdan e Bruges


Só para esclarecer, em Amsterdan, ao contrário do que a maioria pensa, o uso de drogas não é legalizado, apenas tolerado se for em pequenas quantidades. As pequenas quantidades podem ser compradas somente em alguns lugares da cidade como Cafés, lojas especializadas, mercado das flores, tabacarias... Também não tem muita opção. Maconha, haxixe e “cogumelos mágicos” só podem ser encontrados em forma de cigarros, balas, bolos, pirulitos, chá e mudas para que o cliente plante em seu próprio quintal.

Outra coisa, você pode fumar nos bares, na rua, em ambientes públicos mas, por favor, não fume no quarto do hotel, aí não pode mesmo.

Em Amsterdan também há uma grande preocupação com uma classe de trabalhadores em especial, a dos profissionais do sexo. Sim, DOS profissionais do sexo e não DAS profissionais do sexo, pois assim como as drogas, aqui nesse ramo também não tem muita variedade. Como dizia o nosso guia, no Distrito da Luz Vermelha só se encontra o bonito, o feio e o ruim, ou seja, as profissionais bonitas, as muito feias nóssenhoraduperpétussocorro!) e as com algo a mais.

Se você não quiser uma profissional do sexo, mas estiver afim de variar na hora do vamo-ver, tem a opção de ir ao Vondel Park à noite e se divertir com a companhia de outros casais entediados, mas não pode fazer muito barulho porque isso aqui é uma cidade de respeito.

Só mais uma e, aí é sério. Não pode levar nada pra casa. Na chegada na cidade o guia perguntou, como quem pergunta “Quem quer chocolate??”, quem ia fumar maconha e como se fosse uma hola, o ônibus inteiro se animou; mas aí ele avisou, pode comprar o que quiser, mas tenha certeza de que tudo será consumido em Amsterdan. Todo mundo ouviu? Sim, claro... a gente sabe que drogas não são nem toleradas em outros países.

Na volta, quando já estávamos indo embora de Bruges, na Bélgica, um fulano foi pego fumando e o guia alertou para que quem ainda tivesse alguma coisa que saísse do ônibus e jogasse tudo fora. Só se via um vindo com um cigarrinho, a outra correndo com um pacotão de bala para fora do ônibus e uma outra devorando um bolo de haxixe, por que afinal de contas, também não pode desperdiçar né!

Em Bruges foi só o tempo de dar uma volta pela cidade, que é uma lindeza, almoçar, 15minutos em uma fábrica de chocolate e seguir rumo ao ferry, um navio gigantesco utilizado para se cruzar o oceano da França para a Inglaterra. Uma hora e quarenta minutos de sufoco, não há Dramin que aguente tanto sacolejo.

Nessa viajem tivemos a certeza do tanto que os europeus são sortudos. Fomos da Holanda para a Bélgica em três horas, tempo insuficiente para, saindo de BH, mudar de estado.

Agora já está quase tudo atualizado...

Bjus, até daqui a pouco... Só falta um mês!

quinta-feira, 21 de agosto de 2008

Papai - Bournemouth - Londres!


Não foi surpresa alguma o olho ter enchido de lágrimas quando vi o papis afinal, quatro meses depois de dar tchau para ele da sala de embarque do aeroporto encontrá-lo na Inglaterra não teve preço.

Mamãe já tinha me avisado, papai tem formiga no pé. Fomos para o hotel onde ele ficou hospedado em B´mouth e, uns minutinhos depois ele faz a sugestão: “Vamos descansar andando?” Inacreditável!

Fomos então para Londres e o papai deu o azar de vir para a Inglaterra e tomar Sol na cuca todos os dias. Perdeu todo o charme do tal fog londrino, da chuva, do vento, do frio. Aliás, muitas vezes a temperatura esteve mais alta do que a de BH, morram de inveja! Rs...

Londres é uma mistura de novo com velho, passando pelo muito velho e muito interessante. Muita gente de lugares diferentes, o que menos se escuta é inglês, talvez por isso o lugar seja cultura pura e o melhor, muitas vezes é de graça. E aí está a diferença, todas as pessoas tem acesso a museus maravilhosos, parques de tirar o fôlego sem pagar um tostão.

E parece que o ritmo é frenético! A rua sempre cheia, pessoas de um lado para o outro, metrô que te leva a todos os lugares (fiquei pensando no de BH, que tem uma linha que vai e volta), lojas, muitas lojas, metade do preço do Brasil e ainda... sales! Liquidação!!! 50% off... 70% off... quase que o papai perdeu a linha, ele repetia toda hora, pra não esquecer, que tinha que ficar esperto pra não sair comprando por impulso.

Fomos também ao Madam Tousseau, o museu de cera de Londres, onde eu acrescentei vários nomes ao meu currículo amoroso, como o Léo, o George, o Brad, o Justin, meu príncipe Willian... Aproveitei pra enforcar o Jim Carrey, realizando um sonho de infância, dar uma bronca no Bush e um abraço de urso no Shrek. Vejam fotos no Picasa.

Muita gente já me perguntou “E aí, como foi despedir do pai?”. Mó legal galera, imagina! Claro que eu voltei arrasada de Londres para B´mouth...

A viajem, claro, foi ótima!!! Animo fazer tudo de novo!

Dublin

Estou demorando para escrever, então tenho muitas novidades. Da última vez viajei na maionese falando do comportamento das pessoas que eu vejo por aqui, mas agora vai ser diferente, vou só contar as novidades, que são muitas, principalmente depois do puxão de orelha da mamis. Nas palavras dela, “o blog esquece, né”.

Não... não esquece e por isso eu vou postar de um jeito diferente. Serão vários posts de uma vez, assim vocês podem escolher o querem ler e não se cansam. É só procurar nos links do lado esquerdo o que interessa mais.
O primeiro, por ordem de acontecimento é Dublin, uma viajem que apesar do clima, foi até bacana.

Dublin

Imagine visitar uma cidade onde o clima varia de um dia para o outro entre chuva com intervalos regulares de dez minutos ou uma ventania louca que, muitas vezes, nos empurrava de um lado para o outro. Agora imagine quando as duas coisas aconteciam ao mesmo tempo. Feito o retrato do clima durante toda a viajem, dá pra imaginar o quanto foi dificil visitar os pontos turisticos de Dublin, especialmente os que eram ao ar livre. Esses ficaram para trás.



O que fizemos de bacana então, foi visitar a fábrica da Guiness, o que foi sensacional, apesar de eu não gostar da cerveja, comemos muito bem, obrigada, com direito a prato tipico e pão preto irlandês. E não me venha dizer que eu vou ficar gorda, conhecer a comida do local faz parte da viajem.

Não podia deixar de contar da enrascada em que nos metemos: entramos em uma igreja, meio que pra conhecer e também pra esconder da chuva e ouvimos uns batuques e umas pessoas cantando muito felizes e corremos para ver o que era. Como a curiosidade matou o gato, também nos demos mal por causa dela. Caímos em uma outra igreja, pedimos para entrar e, no início, tudo bem, era muito interessante. Era uma igreja só para negros, eles vestiam umas roupas num estilo africano, muito bem arrumados, a celebração era em francês e eles cantavam batiam palmas, assoviavam, muito diferente de tudo que eu já tinha visto.

Acabada a cantoria veio a pregação em si, para nós já tinha sido suficiente ver o canto íamos embora em um minuto se não tivesse chegado uma senhora para fazer a tradução de toda a celebração para que pudéssemos entender tudo o que era dito. Quase uma hora se passou, com muita gritaria em francês, uma tradutora (claro, para o inglês) muito esforçada e foi um tal de uma olha pra outra, que olha pra outra e de repente uma das meninas solta um “Lu, faz alguma coisa!” No final deu tudo certo, conseguimos ir embora antes do fim da celebração.

A diversão foi garantida para essa viajem, com certeza. Para fechar com chave de ouro, quase perdemos o vôo de volta para Bournemouth. Muito tranquilamente fomos para o portão A2 do aeroporto, onde descobrimos que embarcaríamos no D80. De A para D, tudo bem... aparentemente. As placas do aeroporto insistiam em querem dizer que faríamos uma caminhada de dez minutos do local onde estávamos até o maldito portão de embarque, enquanto tínhamos, mais ou menos, uns cinco, até que o avião decolasse... Nunca imaginei que eu pudesse correr tanto!

Mais uma vez, deu tudo certo!

terça-feira, 17 de junho de 2008

As novas da vez...


Anda faltando inspiração para trazer as novas e, o problema eu acredito já saber qual é... me acostumei. E mais uma vez eu me lembro da crônica em que a Marina Colasanti diz que “a gente se acostuma, mas não devia”. É... acho que os olhos já se adaptaram a tanta coisa diferente que, de repente parei de observar. Ou melhor, como o lugar já não me causa nenhuma estranheza, passei a observar as pessoas mais do que o lugar e, talvez isso não seja tão ruim, afinal, gosto de ver como as pessoas se comportam e comparar com a forma com que eu me comportaria na mesma situação.


Por exemplo, começando pelo fútil, aqui eu vejo o que a falta de um tempo bom faz com as pessoas. As mulheres ficam loucas por um bronzeado, nunca vi tanto cosmético para promover um bronzeado falso junto, alías, nunca vi tanta beleza falsa junta: é unha, bronzeado, cabelo. E, junto com a beleza falsa, vem a feiúra verdadeira, os cremes bronzeadores deixam as mulheres completamente laranjadas, as unhas falsas fazem um degrau por cimas das verdadeiras, dando um aspecto meio nojento e assim por diante.


Enquanto isso, as asiáticas são adeptas do efeito Michael Jackson, quanto mais brancas melhor. E para isso, mais uma vez entram em cena os cremes e maquiagens. Diz uma colega coreana, que isso faz com que as mulheres pareçam mais frágeis e os homens queiram protegê-las.


Sobre comportamento, aqui eu vejo que as brasileiras não são mais vulgares do que as européias, como dizem ou, pelo menos, cada uma é vulgar do seu jeito (rs...). É verdade que por aqui não muito de ficar na balada, até rola, mas é muito menos do que no Brasil. No entanto, roupa curta é mato, as mulheres saem para a boate parecendo que estão indo à praia, a saia mostra a bunda fácil, fácil. A gente pode até dançar funk, rebolar, descer até o chão, mas por aqui o negócio é a dança do acasalamento: encoxa, esfrega, passa a mão no cabelo... as vezes eu olho e penso: isso aí não devia ser feito entre quatro paredes, não?


O que os idosos e as crianças tem em comum na terra da rainha? Nenhum deles anda. Os primeiros parecem ser tão fracos que só andam de andador ou com um carrinho motorizado, daqueles que a gente só vê nos nossos supermercados. E as crianças até seus 5 anos de idade ou mais, também só andam de carrinho. As mães devem ser meio preguiçosas, não gostam muito do trabalho de segurar a mão dos filhos, é muito mais fácil colocar a criança num carrinho... vai saber.


E pra que ninguém diga que eu estou olhando demais para a vida dos outros, digo que aprendi que eu sou boa companhia para mim mesma e andei, sim, olhando para o meu umbigo. No quesito futilidade, posso dizer que eu entrei na onda e, tenho usado muito mais (muito mais mesmo) maquiagem do que eu tinha costume, até batons com uma corzinha estão entrando na lista. E ainda, primeiro por necessidade, depois porque estou tomando gosto pela coisa, cremes hidratantes e protetores labiais começam a fazer parte da minha vida.


Além disso, acho que também andei, mesmo que inconscientemente, analisando as minhas relações com os colegas, amigos, família. Algumas relações simplesmente renascem, se tornam mais fortes, mais doces, parece que a distância só está fazendo bem, o que é engraçado de se pensar. Ao mesmo tempo, algumas relações se secam e parecem que vão morrendo aos pouquinhos, não sei se por falta de tempo ou interesse, mas as pessoas deixam de estar presentes, de dar notícias. Outras ainda me dão a impressão de que tudo continua como sempre foi, forte se forte, fraca se fraca e morna se morna, o que não deixa de ser reconfortante, pois são a certeza de que, quando eu voltar para casa, alguma coisa ainda estará do jeitinho que eu deixei.


Post um tanto longo, pra compensar a ausência. Por ora é isso... admirem o arroz com feijão na foto, não é balela, isso aqui é raridade e faz uma falta danada!


Ah! Próximo fim-de-semana vou para a Irlanda! Mando as fotos logo que chegar..


Bjos e até...

segunda-feira, 26 de maio de 2008

Saudadinha...


Engraçado como uma palavrinha faz falta numa língua... saudade. E por falta dela se arranjam outras que podem soar estranhas aos nossos ouvidos.


Não estou reclamando da vida, aliás, não vou fazer isso até que eu volte pra casa, comece a procurar emprego e, quando eu encontrar, começo a reclamar dele, do chefe, etc.


Comecei o texto assim porque essa semana deu saudade de casa, dos finais de semana com a galera, de fazer tudo igual. E estar com saudade de casa significa que se está home sick. Traduzindo, literalmente, é uma doença de casa e, pelo que eu percebi, tem até sintoma: desanimo, preguiça, vontade de mudar (pode ser o cabelo, a roupa, a cama de lugar.. qualquer coisa), constante pensamento na morte da bezerra...


Então, eu tava meio assim e descobri que a melhor coisa a fazer quando se acorda home sick é tirar o pijama na hora que levanta da cama. Se não for assim a gente corre o risco de ficar o dia inteiro com ele e não ver a cara da rua, o que pode ter consequencias gravissimas como passar o dia embaixo do edredon, afogando as mágoas em chocolate quente com cookies.


Passado o momento desabafo, é hora de mudar de assunto...


Descobri que brasileiro só não é patriota no Brasil. É incrível como aqui os brasileiros mostram todo seu orgulho e, literalmente, vestem a camisa do país. Comecei a reparar depois de um trabalho que fizemos, em que cada um deveria escolher um produto para exportar para outro país. Os brasileiros da turma só escolheram produtos tipicamente brasileiros e, provamos por A + B que eles não poderiam ser produzidos em outro lugar do mundo, enquanto os colegas de outras nacionalidades buscavam outras alternativas.


Depois passei a observar que aqui defendemos o Brasil, mais do que defendemos a seleção brasileira de futebol, porque esta não precisa ser defendida em lugar algum, já fazem isso por nós. Outro dia, numa atividade em sala de aula, uma colega coreana me perguntou: "Quando foi que os irmãos Wright fizeram o avião?" HEIN?! E quem disse que foram eles que fizeram o avião? Contei pra ela que quem inventou o avião foi Santos Dumont, sem medo de ser feliz. Ela fez uma cara de "Ah, tá..." Mas eu nem ligo, pelo menos contei a verdade pra ela! rs...


E assim acontece com outras coisas no dia-a-dia. Dá o maior orgulho ver esses gringos com a nossa camisa, escutando as nossas músicas, vendo nossos filmes. E quando eles falam que amam o Brasil? Nú! Viro fã!


Ah! A foto é do café-da-manhã típico inglês que a gente tomou no último sábado. Parece mais um almoço.


E pra terminar... eu agora, quando fico curiosa sobre alguma coisa (um costume de outros países, línguas, culturas), chego em casa e pesquiso. Sem querer acabei caindo numa página da Wikipédia que fala sobre a língua portuguesa e seus dialetos. Sugiro que vocês vejam a explicação do dialeto mineiro, que NÃO é caipira. Rachei de rir!


Clique aqui para ver!


Beijos,


Lu

quarta-feira, 14 de maio de 2008

Bonjour!


Bonjour pessoas!




Paris foi o lugar mais incrível que já visitei na vida!




A primeira coisa que vi foi a Torre Eiffel e o sentimento foi, mais ou menos, o de "nossa! ela existe mesmo!" e como é linda! Em Paris tudo é grandioso, imponente... A Catedral de Notre Dame, o Louvre, a própria Torre, tudo muito grande... é impressionante.




Foi tudo de lindo, mas fiquei pouquissimo tempo, mas foi o suficiente para ficar perdida, comer crepe de nutela, sorvete numa biboquinha de esquina e comprar uns presentinhos... rs.. Não estou me controlando!





Aqui, quando a gente conta que foi para Paris as pessoas ficam surpresas com a nossa animação, afinal são 11 horas de viajem em um ônibus mais ou menos desconfortável, com um guia que não deixou ninguém dormir por mais de duas horas, nos acordando com o microfone no último volume. E tudo isso por um dia e meio para ficar na cidade. Aí você me pergunta: mas valeu a pena? Claro que valeu! Nunca fiquei tão impressionada com alguma coisa como fiquei com Paris.





E de tudo, eu tirei duas conclusões:




1. A cidade é linda, mas os franceses...

2. Turista é uma droga! (rs... como se eu não fosse.) Em todas as minhas fotos eles estão presentes e, eu nem mesmo sei quem são aquelas pessoas que vão estar no meio das minhas recordações de viajem. E quando a gente tem que esperar eles saírem para tirar as fotos?



No mais a vida ta indo, boa, muito boa, não podia ser diferente. A mudança de curso foi bacana, já exportei até pão de queijo. A mudança dé casa também foi muito boa, dá pra fazer uma festa no meu quarto, de tão grande que é. Quanto à comida, estou virando uma comedora de alface profissional, faço uma salada e fervo uma água como ninguém! Mas o melhor de tudo é fazer compras. Nó! Sucesso! Estou me divertindo.



Ah! Semana de sol em Bounermouth, fim-de-semana na praia, carlorzinho, só não dá pra entrar na água, o mar de Cabo Frio é quentinho perto do que se tem aqui. Como diz o Sérgio, dono do flat, há quem diga que o verão deste ano vai ser bom, mas há quem diga que o verão é mesmo essa semana que estamos passando e depois acabou... Carpe Diem, literalmente.





Besteirinhas:




- Um colega coreano leu a minha mão outro dia... ele estava lendo a mão de outros colegas e eu pedi para ele ler a minha. Ele viu dois ou três "amores" para cada um, mas para mim, ele não disse nada. Pedi ele pra olhar de novo! "Acha meu marido aí!" Aí ele olhou de novo e disse: "É tá difícil de achar..." Fiquei muito assustada! rs..


- Bonjour em francês não é só bom dia, pode também ser um simples oi.


-Não é BH que é um ovo, o mundo é um ovo! Quem diria que aqui em Bournemouth eu fosse encontar um amigo de um amigo meu? Pois é... Doido né!




Bjus


Lu


quarta-feira, 30 de abril de 2008

Semana de mudanças


Ei pessoal!



Um mês já se passou, e como passou rápido! Aqui parece que as horas voam e, se não tomar cuidado, se aproveita muito menos do que essa experiência tem a oferecer. Fora de casa e no meio de tanta gente, de tantos lugares diferentes, a definição de semana deixa de ser somente "uma semana é igual a sete dias" para se tornar uma confusão de experiências, agregado de cultura, muitas vezes inútil (mas quem é que não gosta?), supresas, enfim...



Esta semana veio com mudanças, literalmente. Pra começar, mudei de curso, o que foi uma loucura, devido à minha falta de afinidade com o assunto (como bem poderia dizer o meu professor de economia da facu), mas ao mesmo tempo é muito interessante e desafiador. E, se eu vim buscando desafio, é isso que eu estou conseguindo... são vários! O curso em questão é o de Business, a principal matéria é economia internacional. Sucesso! rs...



A outra mudança é a de casa. Chegou a hora, seja o que Deus quiser! Roupa já lavei, chão já limpei, só fazer comida e arrumar o quarto é que eu não aprendi. Quem sabe eu não volto para o Brasil expert em arrumação de quarto, hein Mami!?



Fiz mais duas viagens, não sei porque, mas estou com a sensação de ter passado por mais finais de semana do que eu estou contando... Bom, a primeira foi para Londres. Fiquei completamente decepcionada, não pela cidade, claro, mas por ter conseguido dar só uma olhada em tudo sem, realmente, parar para conhecer. Conseguimos um guia que odeia Londres e estava lá só pra ganhar um dinheirinho extra, MESMO! O lado bom é que eu cheguei à conclusão que não vou gastar dinheiro com guia pra lá, vou por conta própria e ando pra onde eu quiser. A cidade é grande demais, com muitas coisas para conhecer.



Stratford-upon-Avon foi o outro destino. Voltei de lá cansada de ver Shakespeare em todos os lugares: hotel do Shakespeare, cafe do Shakepeare, igreja do Shakespeare... Fomos para lá em um dia de celebração. Na semana anterior havia sido o seu aniversário de morte, por isso a cidade estava toda mobilizada em homenagem ao autor. Os habitantes de Stratford fizeram um cortejo, com pessoas caracterizadas, em direção à igreja onde está enterrado o corpo de Shakespeare e de sua família. Uma viagem no tempo!



Ah! Eu e minha boca grande já demos a primeira mancada internacional! Um dia, na sala de aula, o professor fez uma piadinha com os coreanos da turma. Era sobre cachorro-quente, comer cachorro... sei lá... Não me contive (devo ter feito uma cara de susto) e soltei logo um "AHN!? VOCÊS COMEM CACHORRO?!" Depois disso eles começaram a me falar que era uma cultura diferente, que tinha cachorro doméstico e cachorro pra comer.. e que em vários outros países se come cachorro, não era só na Coréia. Pra aliviar meu lado eu disse "Não... mas eu achei que era só na China!" hahahhah


Eu tinha mais uma coisa pra contar, mas o post já está grande demais. E como eu sei que, na internet as pessoas não gostam de ler textos grandes, vou parando por aqui.


Próxima parada: Paris! Eba!!


Bjinhus

quinta-feira, 17 de abril de 2008

A vida ta boa!


Ei pessoas (rs...)! Saudades enormes da minha família, meus amigos, minha cidade, minha comida... A gente se acostuma, como diria a Marina Colasanti no texto Eu sei, mas não devia, mas é difícil!
Gil, princesa, você está muito certa, ninguém disse que seria fácil, mas é por isso mesmo que tem graça e que é bom. Não tem sido fácil conversar, entender os outros e me fazer entender (apesar de todos nós tentarmos falar a mesma língua), mas não importa, a gente se diverte, acha graça dos sotaques dos coleguinhas e eles acham graça do nosso jeito espalhafatoso de ser. Não tem sido fácil comer, mas tudo bem também, assim experimentamos novos sabores e, de quebra, fazemos uma dieta, comendo muitos vegetais. Não é fácil ficar longe, mas isso mostra a cada dia a importância de estreitar os laços da melhor forma possível e de se fazer presente.
O que eu quero dizer é que não é fácil, mas é bom! Não tem jeito de não ser! A cidade é uma graça, a praia é linda e gigante as cidades do entorno também parecem ser muito bacanas.
E pra quem quiser dar uma olhada, estou postando todas as FOTOS no Picasa. Passem por lá e me vejam pegando um bronze na praia de Bournemouth, ou melhor, tentando sentir o calorzinho do Sol que a ventania teimava em querer esconder.
Sexta feira, 11, foi dia de começar a conhecer a night da cidade. Fomos para uma boate com dois ambientes, um para Hip Hop e, mais tarde, música eletrônica e no outro música latina. Aqui, dificilmente a gente encontra alguém que perde tempo se arrumando para ir a uma boate.. maquiagem talvez, roupa bacana, escova no cabelo, sem chance! Se a gente for com a roupa de ir no shopping já ta bom.
No último domingo, 13, foi a vez de ir para Stonehenge, quem já viu em fotos, com certeza, teve vontade ou pelo menos curiosidade de ver aquelas pedras de perto. E eu tinha muita curiosidade. Mas como me disseram algumas pessoas que já tinham visitado o local... just stones.. somente pedras e, hoje resta apenas a metade da construção original. Mas a história é curiosa, um mistério. Talvez aquilo tenha sido um templo pagão para adoração do Sol e da Lua, talvez tenha sido apenas um calendário de povos que viveram há quase 5 mil anos atrás.
Fomos também para Bath e para Salisbury, duas cidades muito próximas, mas que foram construídas com estilos completamente diferentes. Para saber mais sobre as cidades, é só clicar nos links.
Ah! Daqui a duas semanas me mudo para um flat, o maior problema vai ser cozinhar para mim mesma. Se alguém já quiser ir mandando receitas pra facilitar a minha vida... Aceito receita de arroz, feijão (já encontrei um lugar que vende!!), strogonoff... hahahaha..
Beijos e me mandem e-mails!!!

sábado, 5 de abril de 2008

Primeira semana



Fiz um blog pra dar notícias e contar algumas curiosidades de Bournemouth e de outros lugares que eu com certeza vou visitar no próximos seis meses. O nome, Aura Clara, não necessariamente envolve algum tipo de misticismo, mas um dia eu estava ouvindo Palco, do Gil, e tem uma frase que diz assim : "... minha aura clara, só quem é clarividente pode ver..." Achei bonito, aura clara remete a tranquilidade, a paz e, como pensamentos positivos trazem energias positivas, o nome só contribui. Certo?
Então... cheguei e, graças a Deus tudo está correndo sem maiores problemas.
A viajem de avião foi uma paz, apesar das muitas horas de percurso, umas 20 no total, vim dormindo. Nas horas em que fiquei acordada, um alemão muito engraçado me contou sobre suas aventuras no Chile e as mazelas da TAM, as que não saem no Jornal Nacional, mas que continuam acontecendo a cada vôo, deixando os clientes cheios de ódio*.
A primeira semana no velho continente tem sido um tanto diferente, estranha, mas ao mesmo tempo, é sensacional poder observar tanta gente com formas de falar e se portar diferentes de mim e de quem está aí no Brasil. Em Bournemouth, é grande a quantidade de estudantes estrangeiros, por isso é tão interessante. No mesmo local onde estão os indianos, estão também os japoneses ou coreanos (nunca se sabe de onde vêm aqueles olhinhos puxados). Além disso a cidade é linda, tem carinha de interior superdesenvolvido.
Ao chegar na casa da família que está me hospedando, logo Mrs. Franca me pediu para tirar os sapatos. Aqui não se entra calçado em casa, os sapatos podem estar molhados ou sujos demais e, como o chão é de carpete, deve dar um trabalhão pra limpar.
Outra invenção da casa são os cartões coloridos com o nome de cada morador. Ao sair de casa, o cartão com o seu nome deve ser colocado em cima do alarme da casa, quando retornar, pegue o seu cartão e recoloque sobre a mesa da entrada. Isso tudo para a dona saber quem está em casa e quem não chegou ainda, já que ela não sobe as escadas da casa para ver quem está lá.
Mais uma coisa: a pontualidade britânica existe... e irrita! O café da manhã é servido até as 9h, o jantar, entre 17h45 e 18h. Se não for jantar, por favor, avise até as 16h, se não avisar, se vira pra chegar! Estando em casa na hora certa, você será convidado a se alimentar por um adorável sininho! É mole?
Como diz o José Simão, é mole, mas sobe! Rarararara


Agora uma peculiaridade de Lucila: por causa da mão-inglesa, não consigo acertar o lado que devo olhar na hora de atravessar a rua! Toda vez que acho que estou acertando, lá vai eu olhar para o lado errado... ainda bem que aqui, eles respeitam os limites de velocidade...



Mas eu vou me adaptar!


Beijos


*Jeito de falar, não preocupa.