quarta-feira, 17 de junho de 2009

Dois mundos tão... iguais

Surpreendentemente, saí cedo do trabalho e, por ironia do destino, estava sem carona para voltar para casa.

Esperando minha Mercedes chegar, como não podia deixar de ser, me deparo com um belo personagem, como tantos outros que encontramos nas jornadas vividas nos transportes públicos. Seus (aproximados) 13 anos de idade não foram suficientes para que ele aprendesse coisas básicas.

Raquítico, ele vinha na direção oposta ao olhar das pessoas que estavam naquele ponto de ônibus, com uma carinha de smile magoado, dando passos curtinhos, como se estivesse assim, bem fraquinho e, depois de uma voltinha entre trabalhadores e estudantes, revelou sua dancinha. Parecia que, dentro daquela cabeça de menino, estava tocando um reggae, dando força aos seus pequenos passos.

Sem dizer uma única palavra, ele carregava consigo uma folha de papel escrita a rabiscos de BIC: “Eu quero cumê. Me dá dinheiro.”

- Pera aí, menino! Pensei comigo. – Se quiser que alguém veja o que está escrito nesse papel, você tem que vir pelo outro lado! Ninguém ta te vendo!

É básico, você tem que pensar na melhor forma de se comunicar com o seu público (eu tinha acabado de sair do trabalho). Ninguém que eu tenha visto até hoje, tem olhos nas costas.

Depois, cara de sofrimento não me comove, ainda mais quando não me convence e vem acompanhada de um reggaezinho imaginário e falta de educação, digo, bons modos. Ninguém ensinou as palavrinhas mágicas para esse menino? Com licença, por favor e obrigada?

Com certeza, quem não o ensinou a ter educação, foi a mesma pessoa que não deu “cumida” e nem aproveitou sua infância e adolescência para ensinar o valor da educação, desta vez falo daquela que se aprende na escola.

E eu querendo que ele tivesse alguma noção de comunicação...

Me fez lembrar de um outro personagem, ainda mais franzino, que me abordou com um sorriso na janela do carro e, com um sotaque meio nordestino me disse: Licença, você poderia me dar uma moedinha?

Não pensei duas vezes, dei várias moedinhas. Ele agradeceu com um simples obrigado e saiu. Bastou para me cativar. A mim e a quem passava pelo sinal onde ele juntava o pão de cada dia, literalmente. Não era raro ver em um banco próximo dali, biscoitos, pão, leite... se era páscoa, tinham ovos de chocolate, se era natal, presentes.

A mami, começou a cuidar dele, descobriu onde ele dormia, sabia da sua história de vida, conversava, dava comida. Assim como ela, como descobrimos mais tarde, muitos se preocupavam com a saúde e bem estar daquele menino com jeitinho frágil (de verdade), mas que carregava um elefante nas costas. Muitos quiseram levá-lo para abrigos, chamaram o conselho tutelar, mas ele se negava a sair da rua, afinal de contas, como é que ele cuidaria de seu pai?

Era um menino com valores sólidos e tinha só uns dois anos a mais que o personagem do ponto de ônibus.

Lembra do sorriso no rosto dele? Pois é... estava sempre lá!

O objetivo não era comparar, tampouco julgar um, ou outro. Cada um, dentro de si, tem um mundo indecifrável (e são apenas adolescentes!) e o que fizerem de suas histórias será também o reflexo do que o mundo fizer com eles, acredito eu, com meu limitado conhecimento em psicologia, sociologia, etc. Quem disse que o primeiro menino não merecia todos os cuidados gratuitos que recebia o nosso (meu, da minha mãe, do meu tio, da minha prima e tantos outros) querido segundo personagem? Talvez mereça mais... Será que alguém já se arriscou a perguntar ao menos o seu nome?

E então era eu, esperando um ônibus, com papel e caneta nas mãos, um Ipod para teletransporte imediato para um mundo paralelo onde poucos conseguem entrar e muito se pode ver.

Beijos!

Lu

sexta-feira, 16 de janeiro de 2009

Feliz 2009...


- Feliz 2009, moça!
- Ahn? … Ah! Pra você também!
- Brigado.

Foi assim que, num dia qualquer do começo de janeiro, naquele clima de Feliz Ano Novo, eu esperava receber mais uma cantada ou um tsssss e ganhei um Feliz 2009. Foi bom!

E então o ano recomeça e o tempo nem deu aquela relaxada e resolveu, por misericórdia, voltar a passar no ritmo de antigamente, quando as férias de fim-de-ano eram tão grandes que faziam a gente se cansar delas e morrer de saudades da escola. Bem que avisaram, depois dos 15 (anos) o tempo voa! Oh... já estou sofrendo com os 25 anos tomando forma e, espero eu, que tenha uma forma bem diferente dos 23.

Esse ano, na virada, pulei as setes ondas e pedi que Deus me deixasse respirar boas energias, só isso. Rezar, eu já havia rezado antes e agradecido pela felicidade sentida durante 2008, pelo medo superado e pelas ambições renovadas. Tudo isso, durante o ano, não somente à meia-noite do dia 31 de dezembro, quando geralmente o balanço é feito.

Resolvi que o blog vai sobreviver. Falando sobre o que? Veremos... não sei ainda. Só sei que não tem data e nem periodicidade, não tem padrão. Acho que vou continuar viajando (na maionese) e passando por aqui esporadicamente.


Beijo pra quem continuar lendo.


"Desejo a todos, no Ano Novo, muitas virtudes e boas ações e alguns pecados agradáveis, exultantes, discretos e, principalmente, bem sucedidos."

Rubem Braga

quinta-feira, 18 de dezembro de 2008

Retrospectiva


E então, 2008 foi como um sonho bom. Melhor dizendo, foi um ano em todos os pedidos feitos na virada do ano se realizaram. E isso não é bom? Se essa é a hora de fazer retrospectivas, segue então, a minha, que vem cheia de sorrisos e boas vibrações.

Neste ano me formei, distribuí meus santinhos que, na primeira frase diziam: Enfim, Relações Públicas! Um clichezinho que só quer dizer o quanto é bom e prazeroso concluir algo tão importante e, como é bom, a cada dia, se sentir como gente grande, muito maior do que meu 1,60m!

Enquanto acertava os preparativos da formatura, papai deu um gás em outra grande etapa, aquela que motivou a criação deste blog, a viagem à Inglaterra e à saudosa Bournemouth.

É claro que eu estava morrendo de medo, estava angustiada, afinal o desconhecido parecia o monstro do armário, o bicho papão que ia me deixar durante longos seis meses fora de casa, longe dos vários pedacinhos de mim, minha família, queridos amigos... meu quarto estava sob ameaça de ser alugado para um ilustre desconhecido, promessa que foi feita pelas minhas melhores amigas com apoio da mamãe. Não seria fácil!

No começo não foi mesmo, mas o bicho papão foi sumindo, acho que ficou com medo de mim.

Fiz o que queria fazer. Visitei lugares que estavam muito distantes na minha imaginação e todas as vezes que eu pisava em um país diferente e me deparava com minhas aulas de história ou filmes ficava embasbacada e, muitas vezes sem palavras. Eu chorei ao pé da Torre Eiffel, observei cada pedacinho do Coliseu pra não esquecer mais, andei em um Campo de Concentração. Chorei de emoção, de medo, de amor, de raiva, de ciúme e de solidão. Virei patriota, disse que o Brasil é lindo e que eu amo a Amazônia mesmo sem ter chegado nem perto de lá. Senti saudade e, ai que saudade... Agora faço planos, quero muito mais. Quero viajar, porque o mundo é muito maior, ainda há muito o que ser visto.

Hoje tenho amigos, literalmente, do outro lado do mundo e pouco me importa se voltarei a vê-los um dia, o que nós vivemos juntos foi emoção para uma vida, um curso intensivo de cultura e respeito pelas diferenças. Não vou ser hipócrita a ponto de dizer que todas as relações eram bacanas, mas muitos estereótipos foram quebrados. Nem todo inglês é frio, nem toda muçulmana usa burca, os asiáticos não são todos iguais, turco é mão de vaca e por aí vai... e, não importa a nacionalidade, todos são seres humanos com inúmeras qualidades e fraquezas.

Só posso dizer que valeu a pena me arriscar, valeu porque hoje tenho muito mais, porque sei quem está comigo de verdade, aliás, as pessoas foram as melhores descobertas. Resta-me, então, agradecer aos personagens principais dessa minha história:

Mamãezinha e papai, por que foram eles que me deram asas, ou melhor, deram corda, porque eu estava lá mas era só eu dar uma puxadinha que parecia que eles estavam ao meu lado. À Lu e a Gugu porque sempre mandavam e-mails ou conversavam comigo no MSN, querendo novidades, mandando mensagens carinhosas. Tella porque me lembrou do tanto que essa (prima) amizade é especial. Tia Biça, por que continuou fofocando comigo, mesmo pela net e Juju por que me xigava quando eu não conversava com ela. Às minhas maridas, Preta e Mandinha, que não sumiram jamais, discutiam a nossa relação e alugaram o meu quarto ao final de tudo. Bunita, que casou e me convidou! Pri, que não deixou de visitar o blog e comentar! Por fim, Tio Xande, Bad, Theus, Fael que me divertiam sempre que tínhamos um tempinho para conversar.

A todos, um feliz ano novo, que os desejos se realizem!

Bjinhus e até!

quinta-feira, 11 de setembro de 2008

Aula de História em Berlin


Tínhamos quatro dias na Alemanha, dois para Berlin e dois pra Munique. O preço do trem para Munique nos fez mudar os planos quase que imediatamente, estava praticamente o dobro do esperado (que já não era muito barato).

Ficamos então em Berlin, à primeira vista, a cidade pode ser um pouco decepcionante, pricipalmente se você faz a sua primeira visita no lado oeste da cidade e fica hospedado num hostel estranho e mal localizado. E por falar em hostel, ainda não contei como é que eles funcionam, os famosos albergues.

Primeiro se pesquisa, no Google mesmo, um site com todos os hostels da cidade. Nesse site escolhemos, dentre muitas opções, aquele que mais convir de acordo com a avaliação de hóspedes anteriores. Geralmente se olha o nível de aprovação da limpeza, funcionários e, principalmente, localização. Se estiver acompanhado de uma descrição do tipo “no centro da cidade” ou “há cinco minutos caminhando da estação X”, fechou, é esse mesmo. Às vezes da certo.

Nosso querido albergue era um muquifo, dividíamos o quarto, o banheiro e a cozinha, sem contar com a falta de simpatia do gerente, mas tudo bem, era só por uma noite. Com a mudança de planos, fomos obrigadas a buscar outra acomodação para as duas outras noites e planejar mas três dias em Berlin mesmo. O que poderia ser uma dor de cabeça, acabou sendo uma grata surpresa.

Primeiro descobrimos que a Guest House que agendamos no Centro de Informações Turísticas era, na verdade, uma espécie diferente de hotel. De dois donos gays, um deles brasileiro, a casa tinha uma decoração de deixar qualquer biba beje. Começando pelo quarto enorme, com uma cama de casal redonda e uma de solteiro, ambas com lençois brancos e almofadas de veludo vermelho. O lustre era daqueles que parecem feitos de umas gotinhas de vidro e o armário também muito bonito, continha dois roupões e um mini-bar com vários tipos de bebida. Isso, sem contar com a bandeija com um vinho, duas taças e uns petiscos. Perfeito para uma noite bem romântica... unf.. Tirei várias fotos, dêem uma olhadinha no Picasa.

Finalmente, o que é Berlin se não a história viva da Segunda Gerra Mundial, a consequencia do horror que foi o Nazismo? Berlin é a Europa sem arquitetura antiga e sem o charme que ela emana. Sem isso, o que é que se protege nessa cidade, o que se vê? A memória.

Lá vemos memoriais ao sofrimento, à barbaridade que foram os anos da ditadura nazista. Memoriais ao Holocausto, aos presos políticos, aos judeus... O memorial ao Holocausto consiste em mais de dois mil blocos de concreto cinzas, paralelos e com alturas que aumentam e diminuem gradualmente, numa forma não definida. O que ele representa é exatamente o que você quiser que ele represente, nem mesmo os responsáveis dizem, é de livre interpretação. No entanto, basta andar por entre os blocos para ter a sensação de que tudo é inesperado, as pessoas que também circulam por ali passam lá e cá como flashes em um filme de suspense. Em cada espaço entre um bloco e outro se encontra cenas diferentes, um menino sentado, alguém andando na mesma direção que você, outras vindo em sua direção e, tudo o que se quer, é chegar ao outro lado o mais rápido possível.

No segundo dia, com a mudança de planos, acabamos indo para Potsdam, uma cidade próxima a Berlin e que teve muito mais sorte com relação à manutenção dos prédios e demais construções anteriores à guerra. A maior parte do dia passamos em um parque, onde a cada quilometro andado no meio do mato, encontrávamos um palácio, uma igreja ou um “sei lá o que”* em estilo romano, um lugar mais lindo que outro.

O próximo dia foi para enxergar com os próprios olhos o que a professora de história contou, um campo de concentração. Neste dia tivemos um guia que nos explicou com detalhes todo o horror vivido não só por judeus, mas por todas as pessoas consideradas impuras ou perigosas para o nazismo e, os detalhes foram tantos, que não me senti fazendo turismo, de alguma forma senti que devia respeitar aquele lugar como quando se entra em uma igreja ou um local sagrado. Não tem muita graça caminhar em um lugar onde anos antes pessoas não eram consideradas seres humanos, eram torturadas das piores formas possíveis e viviam vinte e quatro horam por dia com medo e a certeza de que havia uma arma que as alcançava em todo o campo. E mesmo os que, no final de tudo, se libertaram, não tiveram a vida de antes, estavam loucos ou sozinhos, pois o regime havia liquidado toda a sua família, amigos e casas.

No último dia, no lado leste de Berlin, vimos mais coisas bonitas ou, mais prédios que sobreviveram à guerra. Ao mesmo tempo, entendemos com mais clareza a presença da modernidade. Tudo foi destruído e a cidade vem sendo, ainda hoje, reconstruída por causa da guerra. Era muito comum, principalmente quando estávamos sem um guia, caminharmos horas para encontrar algum monumento, um palácio importante e nos depararmos com uma construção literalmente embrulhada e em reforma, até mesmo ruínas estavam em reforma.

Neste dia, claro, fomos ao que resta do Muro de Berlin. E, ver o muro foi como ver a Monalisa, uma decepção. Na minha cabeça, para separar o país em dois, no mínimo ele devia ser do tamanho da Muralha da China**, mas que nada, tem muito muro mais alto e mais espesso que ele em BH.

No fim de toda aula de história, passamos uma ótima noite dormindo como sem-teto no aeroporto.


Agora, em uma semana e dois dias estou aí! Mas antes eu vou pra Itália belos!!!!

Até mais ver..

Bjinhus

*O “sei lá o que” não foi falta de atenção ao que eu estava visitando, mas em alguns lugares não haviam informações em inglês.
**Exagero sim, mas onde está o seu senso de humor?

domingo, 24 de agosto de 2008

Amsterdan e Bruges


Só para esclarecer, em Amsterdan, ao contrário do que a maioria pensa, o uso de drogas não é legalizado, apenas tolerado se for em pequenas quantidades. As pequenas quantidades podem ser compradas somente em alguns lugares da cidade como Cafés, lojas especializadas, mercado das flores, tabacarias... Também não tem muita opção. Maconha, haxixe e “cogumelos mágicos” só podem ser encontrados em forma de cigarros, balas, bolos, pirulitos, chá e mudas para que o cliente plante em seu próprio quintal.

Outra coisa, você pode fumar nos bares, na rua, em ambientes públicos mas, por favor, não fume no quarto do hotel, aí não pode mesmo.

Em Amsterdan também há uma grande preocupação com uma classe de trabalhadores em especial, a dos profissionais do sexo. Sim, DOS profissionais do sexo e não DAS profissionais do sexo, pois assim como as drogas, aqui nesse ramo também não tem muita variedade. Como dizia o nosso guia, no Distrito da Luz Vermelha só se encontra o bonito, o feio e o ruim, ou seja, as profissionais bonitas, as muito feias nóssenhoraduperpétussocorro!) e as com algo a mais.

Se você não quiser uma profissional do sexo, mas estiver afim de variar na hora do vamo-ver, tem a opção de ir ao Vondel Park à noite e se divertir com a companhia de outros casais entediados, mas não pode fazer muito barulho porque isso aqui é uma cidade de respeito.

Só mais uma e, aí é sério. Não pode levar nada pra casa. Na chegada na cidade o guia perguntou, como quem pergunta “Quem quer chocolate??”, quem ia fumar maconha e como se fosse uma hola, o ônibus inteiro se animou; mas aí ele avisou, pode comprar o que quiser, mas tenha certeza de que tudo será consumido em Amsterdan. Todo mundo ouviu? Sim, claro... a gente sabe que drogas não são nem toleradas em outros países.

Na volta, quando já estávamos indo embora de Bruges, na Bélgica, um fulano foi pego fumando e o guia alertou para que quem ainda tivesse alguma coisa que saísse do ônibus e jogasse tudo fora. Só se via um vindo com um cigarrinho, a outra correndo com um pacotão de bala para fora do ônibus e uma outra devorando um bolo de haxixe, por que afinal de contas, também não pode desperdiçar né!

Em Bruges foi só o tempo de dar uma volta pela cidade, que é uma lindeza, almoçar, 15minutos em uma fábrica de chocolate e seguir rumo ao ferry, um navio gigantesco utilizado para se cruzar o oceano da França para a Inglaterra. Uma hora e quarenta minutos de sufoco, não há Dramin que aguente tanto sacolejo.

Nessa viajem tivemos a certeza do tanto que os europeus são sortudos. Fomos da Holanda para a Bélgica em três horas, tempo insuficiente para, saindo de BH, mudar de estado.

Agora já está quase tudo atualizado...

Bjus, até daqui a pouco... Só falta um mês!

quinta-feira, 21 de agosto de 2008

Papai - Bournemouth - Londres!


Não foi surpresa alguma o olho ter enchido de lágrimas quando vi o papis afinal, quatro meses depois de dar tchau para ele da sala de embarque do aeroporto encontrá-lo na Inglaterra não teve preço.

Mamãe já tinha me avisado, papai tem formiga no pé. Fomos para o hotel onde ele ficou hospedado em B´mouth e, uns minutinhos depois ele faz a sugestão: “Vamos descansar andando?” Inacreditável!

Fomos então para Londres e o papai deu o azar de vir para a Inglaterra e tomar Sol na cuca todos os dias. Perdeu todo o charme do tal fog londrino, da chuva, do vento, do frio. Aliás, muitas vezes a temperatura esteve mais alta do que a de BH, morram de inveja! Rs...

Londres é uma mistura de novo com velho, passando pelo muito velho e muito interessante. Muita gente de lugares diferentes, o que menos se escuta é inglês, talvez por isso o lugar seja cultura pura e o melhor, muitas vezes é de graça. E aí está a diferença, todas as pessoas tem acesso a museus maravilhosos, parques de tirar o fôlego sem pagar um tostão.

E parece que o ritmo é frenético! A rua sempre cheia, pessoas de um lado para o outro, metrô que te leva a todos os lugares (fiquei pensando no de BH, que tem uma linha que vai e volta), lojas, muitas lojas, metade do preço do Brasil e ainda... sales! Liquidação!!! 50% off... 70% off... quase que o papai perdeu a linha, ele repetia toda hora, pra não esquecer, que tinha que ficar esperto pra não sair comprando por impulso.

Fomos também ao Madam Tousseau, o museu de cera de Londres, onde eu acrescentei vários nomes ao meu currículo amoroso, como o Léo, o George, o Brad, o Justin, meu príncipe Willian... Aproveitei pra enforcar o Jim Carrey, realizando um sonho de infância, dar uma bronca no Bush e um abraço de urso no Shrek. Vejam fotos no Picasa.

Muita gente já me perguntou “E aí, como foi despedir do pai?”. Mó legal galera, imagina! Claro que eu voltei arrasada de Londres para B´mouth...

A viajem, claro, foi ótima!!! Animo fazer tudo de novo!

Dublin

Estou demorando para escrever, então tenho muitas novidades. Da última vez viajei na maionese falando do comportamento das pessoas que eu vejo por aqui, mas agora vai ser diferente, vou só contar as novidades, que são muitas, principalmente depois do puxão de orelha da mamis. Nas palavras dela, “o blog esquece, né”.

Não... não esquece e por isso eu vou postar de um jeito diferente. Serão vários posts de uma vez, assim vocês podem escolher o querem ler e não se cansam. É só procurar nos links do lado esquerdo o que interessa mais.
O primeiro, por ordem de acontecimento é Dublin, uma viajem que apesar do clima, foi até bacana.

Dublin

Imagine visitar uma cidade onde o clima varia de um dia para o outro entre chuva com intervalos regulares de dez minutos ou uma ventania louca que, muitas vezes, nos empurrava de um lado para o outro. Agora imagine quando as duas coisas aconteciam ao mesmo tempo. Feito o retrato do clima durante toda a viajem, dá pra imaginar o quanto foi dificil visitar os pontos turisticos de Dublin, especialmente os que eram ao ar livre. Esses ficaram para trás.



O que fizemos de bacana então, foi visitar a fábrica da Guiness, o que foi sensacional, apesar de eu não gostar da cerveja, comemos muito bem, obrigada, com direito a prato tipico e pão preto irlandês. E não me venha dizer que eu vou ficar gorda, conhecer a comida do local faz parte da viajem.

Não podia deixar de contar da enrascada em que nos metemos: entramos em uma igreja, meio que pra conhecer e também pra esconder da chuva e ouvimos uns batuques e umas pessoas cantando muito felizes e corremos para ver o que era. Como a curiosidade matou o gato, também nos demos mal por causa dela. Caímos em uma outra igreja, pedimos para entrar e, no início, tudo bem, era muito interessante. Era uma igreja só para negros, eles vestiam umas roupas num estilo africano, muito bem arrumados, a celebração era em francês e eles cantavam batiam palmas, assoviavam, muito diferente de tudo que eu já tinha visto.

Acabada a cantoria veio a pregação em si, para nós já tinha sido suficiente ver o canto íamos embora em um minuto se não tivesse chegado uma senhora para fazer a tradução de toda a celebração para que pudéssemos entender tudo o que era dito. Quase uma hora se passou, com muita gritaria em francês, uma tradutora (claro, para o inglês) muito esforçada e foi um tal de uma olha pra outra, que olha pra outra e de repente uma das meninas solta um “Lu, faz alguma coisa!” No final deu tudo certo, conseguimos ir embora antes do fim da celebração.

A diversão foi garantida para essa viajem, com certeza. Para fechar com chave de ouro, quase perdemos o vôo de volta para Bournemouth. Muito tranquilamente fomos para o portão A2 do aeroporto, onde descobrimos que embarcaríamos no D80. De A para D, tudo bem... aparentemente. As placas do aeroporto insistiam em querem dizer que faríamos uma caminhada de dez minutos do local onde estávamos até o maldito portão de embarque, enquanto tínhamos, mais ou menos, uns cinco, até que o avião decolasse... Nunca imaginei que eu pudesse correr tanto!

Mais uma vez, deu tudo certo!

terça-feira, 17 de junho de 2008

As novas da vez...


Anda faltando inspiração para trazer as novas e, o problema eu acredito já saber qual é... me acostumei. E mais uma vez eu me lembro da crônica em que a Marina Colasanti diz que “a gente se acostuma, mas não devia”. É... acho que os olhos já se adaptaram a tanta coisa diferente que, de repente parei de observar. Ou melhor, como o lugar já não me causa nenhuma estranheza, passei a observar as pessoas mais do que o lugar e, talvez isso não seja tão ruim, afinal, gosto de ver como as pessoas se comportam e comparar com a forma com que eu me comportaria na mesma situação.


Por exemplo, começando pelo fútil, aqui eu vejo o que a falta de um tempo bom faz com as pessoas. As mulheres ficam loucas por um bronzeado, nunca vi tanto cosmético para promover um bronzeado falso junto, alías, nunca vi tanta beleza falsa junta: é unha, bronzeado, cabelo. E, junto com a beleza falsa, vem a feiúra verdadeira, os cremes bronzeadores deixam as mulheres completamente laranjadas, as unhas falsas fazem um degrau por cimas das verdadeiras, dando um aspecto meio nojento e assim por diante.


Enquanto isso, as asiáticas são adeptas do efeito Michael Jackson, quanto mais brancas melhor. E para isso, mais uma vez entram em cena os cremes e maquiagens. Diz uma colega coreana, que isso faz com que as mulheres pareçam mais frágeis e os homens queiram protegê-las.


Sobre comportamento, aqui eu vejo que as brasileiras não são mais vulgares do que as européias, como dizem ou, pelo menos, cada uma é vulgar do seu jeito (rs...). É verdade que por aqui não muito de ficar na balada, até rola, mas é muito menos do que no Brasil. No entanto, roupa curta é mato, as mulheres saem para a boate parecendo que estão indo à praia, a saia mostra a bunda fácil, fácil. A gente pode até dançar funk, rebolar, descer até o chão, mas por aqui o negócio é a dança do acasalamento: encoxa, esfrega, passa a mão no cabelo... as vezes eu olho e penso: isso aí não devia ser feito entre quatro paredes, não?


O que os idosos e as crianças tem em comum na terra da rainha? Nenhum deles anda. Os primeiros parecem ser tão fracos que só andam de andador ou com um carrinho motorizado, daqueles que a gente só vê nos nossos supermercados. E as crianças até seus 5 anos de idade ou mais, também só andam de carrinho. As mães devem ser meio preguiçosas, não gostam muito do trabalho de segurar a mão dos filhos, é muito mais fácil colocar a criança num carrinho... vai saber.


E pra que ninguém diga que eu estou olhando demais para a vida dos outros, digo que aprendi que eu sou boa companhia para mim mesma e andei, sim, olhando para o meu umbigo. No quesito futilidade, posso dizer que eu entrei na onda e, tenho usado muito mais (muito mais mesmo) maquiagem do que eu tinha costume, até batons com uma corzinha estão entrando na lista. E ainda, primeiro por necessidade, depois porque estou tomando gosto pela coisa, cremes hidratantes e protetores labiais começam a fazer parte da minha vida.


Além disso, acho que também andei, mesmo que inconscientemente, analisando as minhas relações com os colegas, amigos, família. Algumas relações simplesmente renascem, se tornam mais fortes, mais doces, parece que a distância só está fazendo bem, o que é engraçado de se pensar. Ao mesmo tempo, algumas relações se secam e parecem que vão morrendo aos pouquinhos, não sei se por falta de tempo ou interesse, mas as pessoas deixam de estar presentes, de dar notícias. Outras ainda me dão a impressão de que tudo continua como sempre foi, forte se forte, fraca se fraca e morna se morna, o que não deixa de ser reconfortante, pois são a certeza de que, quando eu voltar para casa, alguma coisa ainda estará do jeitinho que eu deixei.


Post um tanto longo, pra compensar a ausência. Por ora é isso... admirem o arroz com feijão na foto, não é balela, isso aqui é raridade e faz uma falta danada!


Ah! Próximo fim-de-semana vou para a Irlanda! Mando as fotos logo que chegar..


Bjos e até...

segunda-feira, 26 de maio de 2008

Saudadinha...


Engraçado como uma palavrinha faz falta numa língua... saudade. E por falta dela se arranjam outras que podem soar estranhas aos nossos ouvidos.


Não estou reclamando da vida, aliás, não vou fazer isso até que eu volte pra casa, comece a procurar emprego e, quando eu encontrar, começo a reclamar dele, do chefe, etc.


Comecei o texto assim porque essa semana deu saudade de casa, dos finais de semana com a galera, de fazer tudo igual. E estar com saudade de casa significa que se está home sick. Traduzindo, literalmente, é uma doença de casa e, pelo que eu percebi, tem até sintoma: desanimo, preguiça, vontade de mudar (pode ser o cabelo, a roupa, a cama de lugar.. qualquer coisa), constante pensamento na morte da bezerra...


Então, eu tava meio assim e descobri que a melhor coisa a fazer quando se acorda home sick é tirar o pijama na hora que levanta da cama. Se não for assim a gente corre o risco de ficar o dia inteiro com ele e não ver a cara da rua, o que pode ter consequencias gravissimas como passar o dia embaixo do edredon, afogando as mágoas em chocolate quente com cookies.


Passado o momento desabafo, é hora de mudar de assunto...


Descobri que brasileiro só não é patriota no Brasil. É incrível como aqui os brasileiros mostram todo seu orgulho e, literalmente, vestem a camisa do país. Comecei a reparar depois de um trabalho que fizemos, em que cada um deveria escolher um produto para exportar para outro país. Os brasileiros da turma só escolheram produtos tipicamente brasileiros e, provamos por A + B que eles não poderiam ser produzidos em outro lugar do mundo, enquanto os colegas de outras nacionalidades buscavam outras alternativas.


Depois passei a observar que aqui defendemos o Brasil, mais do que defendemos a seleção brasileira de futebol, porque esta não precisa ser defendida em lugar algum, já fazem isso por nós. Outro dia, numa atividade em sala de aula, uma colega coreana me perguntou: "Quando foi que os irmãos Wright fizeram o avião?" HEIN?! E quem disse que foram eles que fizeram o avião? Contei pra ela que quem inventou o avião foi Santos Dumont, sem medo de ser feliz. Ela fez uma cara de "Ah, tá..." Mas eu nem ligo, pelo menos contei a verdade pra ela! rs...


E assim acontece com outras coisas no dia-a-dia. Dá o maior orgulho ver esses gringos com a nossa camisa, escutando as nossas músicas, vendo nossos filmes. E quando eles falam que amam o Brasil? Nú! Viro fã!


Ah! A foto é do café-da-manhã típico inglês que a gente tomou no último sábado. Parece mais um almoço.


E pra terminar... eu agora, quando fico curiosa sobre alguma coisa (um costume de outros países, línguas, culturas), chego em casa e pesquiso. Sem querer acabei caindo numa página da Wikipédia que fala sobre a língua portuguesa e seus dialetos. Sugiro que vocês vejam a explicação do dialeto mineiro, que NÃO é caipira. Rachei de rir!


Clique aqui para ver!


Beijos,


Lu

quarta-feira, 14 de maio de 2008

Bonjour!


Bonjour pessoas!




Paris foi o lugar mais incrível que já visitei na vida!




A primeira coisa que vi foi a Torre Eiffel e o sentimento foi, mais ou menos, o de "nossa! ela existe mesmo!" e como é linda! Em Paris tudo é grandioso, imponente... A Catedral de Notre Dame, o Louvre, a própria Torre, tudo muito grande... é impressionante.




Foi tudo de lindo, mas fiquei pouquissimo tempo, mas foi o suficiente para ficar perdida, comer crepe de nutela, sorvete numa biboquinha de esquina e comprar uns presentinhos... rs.. Não estou me controlando!





Aqui, quando a gente conta que foi para Paris as pessoas ficam surpresas com a nossa animação, afinal são 11 horas de viajem em um ônibus mais ou menos desconfortável, com um guia que não deixou ninguém dormir por mais de duas horas, nos acordando com o microfone no último volume. E tudo isso por um dia e meio para ficar na cidade. Aí você me pergunta: mas valeu a pena? Claro que valeu! Nunca fiquei tão impressionada com alguma coisa como fiquei com Paris.





E de tudo, eu tirei duas conclusões:




1. A cidade é linda, mas os franceses...

2. Turista é uma droga! (rs... como se eu não fosse.) Em todas as minhas fotos eles estão presentes e, eu nem mesmo sei quem são aquelas pessoas que vão estar no meio das minhas recordações de viajem. E quando a gente tem que esperar eles saírem para tirar as fotos?



No mais a vida ta indo, boa, muito boa, não podia ser diferente. A mudança de curso foi bacana, já exportei até pão de queijo. A mudança dé casa também foi muito boa, dá pra fazer uma festa no meu quarto, de tão grande que é. Quanto à comida, estou virando uma comedora de alface profissional, faço uma salada e fervo uma água como ninguém! Mas o melhor de tudo é fazer compras. Nó! Sucesso! Estou me divertindo.



Ah! Semana de sol em Bounermouth, fim-de-semana na praia, carlorzinho, só não dá pra entrar na água, o mar de Cabo Frio é quentinho perto do que se tem aqui. Como diz o Sérgio, dono do flat, há quem diga que o verão deste ano vai ser bom, mas há quem diga que o verão é mesmo essa semana que estamos passando e depois acabou... Carpe Diem, literalmente.





Besteirinhas:




- Um colega coreano leu a minha mão outro dia... ele estava lendo a mão de outros colegas e eu pedi para ele ler a minha. Ele viu dois ou três "amores" para cada um, mas para mim, ele não disse nada. Pedi ele pra olhar de novo! "Acha meu marido aí!" Aí ele olhou de novo e disse: "É tá difícil de achar..." Fiquei muito assustada! rs..


- Bonjour em francês não é só bom dia, pode também ser um simples oi.


-Não é BH que é um ovo, o mundo é um ovo! Quem diria que aqui em Bournemouth eu fosse encontar um amigo de um amigo meu? Pois é... Doido né!




Bjus


Lu